domingo, 23 de março de 2008

O retorno da marca pessoal

Uma década atrás, lembro-me de dar gargalhadas sobre o livro Brand You 50, do Tom Peters, um dos primeiros de uma série de livros sobre como desenvolver uma “marca” pessoal. Arquivei este livro na caixa de “modismos” de management, algo que poderia funcionar nos EUA mas que jamais seria levado à sério no resto do mundo.Eu estava errada. E como.Hoje, entre os clientes a quem dou orientação executiva, sempre aparece algum pedindo para eu dar sugestões sobre como construir seu perfil e melhorar sua imagem (“marca”) pessoal no trabalho. Quase todos percebem que não é tão simples sentar, relaxar e esperar reconhecimento e promoções por um trabalho bem feito.Embora a maioria dos executivos reconheçam o poder da “marca” pessoal, algumas pessoas fazem isso melhor que outras. Confiança e cultura são os itens mais determinantes para quão longe as pessoas irão com suas “marcas” pessoais. Culturas mais individualistas, particularmente aquelas do mundo que fala inglês, lideram o caminho dos mais vergonhosos exemplos de desenvolvimento de “marca” pessoal. O pior de todos que eu conheci foi de um executivo canadense do segmento farmacêutico, atualmente atuando como capitalista de novos empreendimentos. Ele pediu a mim que escrevesse no lugar dele um romance baseado na sua carreira para promover sua pessoa e suas conquistas pelo mundo.Do extremo oposto da escala estão os executivos de culturas comunitárias, como aqueles da Ásia, Escandinávia e África, que se sentem genuinamente desconfortáveis quando lhes são dada atenção especial. Pode ser um grande esforço convencê-los que, num mundo globalizado, a visibilidade é importante para suas carreiras. Claro, as exceções notáveis a esta regra vêem da geração Xers da China – a geração dos filhos únicos batizados “Pequenos Imperadores” – que não têm dificuldade em se auto-promover.Então, para que a mudança? Por que é mais importante do que nunca desenvolver sua própria imagem, ou “marca”? Gosto das palavras de Seth Godin: “Muitos de nós são ensinados a fazer o melhor e depois deixar o mundo decidir como julgá-los. E agem dessa forma”. Mas além disso, algumas forças importantes emergiram na última década que tornam o conceito de “Brand You” crítico para o sucesso nos negócios e carreira. São eles:- Globalização: Integração internacional (através de forças econômicas, tecnológicas, sócio-culturais e políticas) que estão provando ser um mecanismo de balanceamento entre talento e oportunidade.- Mudanças organizacionais: A globalização e o aumento da competição pressionam por mudanças organizações e reestruturação que, por sua vez, aumentam a mobilidade, incerteza e a força da correnteza.

- Trabalhos orientados a projetos: tarefas orientadas para grupos são de curto-prazo e de mudanças rápidas, que podem rapidamente afetar suas reputações.- Gerenciamento da carreira: a responsabilidade de gerenciar carreiras passou do empregador para o empregado. Executivos de sucesso reconhecem que eles precisam ser “apropriadamente egoístas”, alocando sua lealdade para si próprios antes de fazer isso para a empresa.- Sociedade continuamente mais competitiva: em qualquer estilo de vida, tem sido cada mais importante aprender como se diferenciar na multidão, para obter melhores oportunidades.- A inexorável criação da “marca”: a construção da “marca” impregna por todas sociedades como forma de distinguir produtos, serviços e preferências pessoais. sites de relacionamento, como o LinkedIn, Facebook, e Bebo mostram como construir uma marca tornou-se um fato que claramente se moveu para o campo pessoal.Quais são suas reflexões sobre as forças que estão guiando o poder da marca pessoal? Há alguma lição que nós precisamos aprender sobre elas?

Fonte: Harvard Business Online
04/03/2008

Corkindale, Gill
Gill Corkindale é orientadora executiva (executive coach) e escritora estabelecida em Londres. Trabalha com gerentes e líderes do mundo inteiro e desenvolve estratégias de eficiência nos negócios e mudanças pessoais.

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